De repente, ele aparece. Não. Não era quem se esperava, porque não se esperava mais ninguém.
Quando alguém que realmente importa não nunca mais virá, de repente a gente se percebe não esperando mais ninguém. É quase triste. Mas lá do fundo, sabe Deus de que, é bom. Acho que é bom. Só porque é assim, deve ser bom. Mas... ele.
A gente esteve juntos pela segunda vez agora. A gente se vê quase todos os dias. A gente não se conhece, além daqui. Além dessa cama. Além dessa sala. Desse banheiro. Além de suas poucas palavras, em baixo tom : fica na baixa. Claro que eu fico.
Sem ser, ele é lindo. Talvez até por isso. Não me chama de nada. Não diz meu nome.
O que deu em você? pergunto. Sei lá. Eu quis e vim.
Melhor assim pensei. Eu quis e deitei. Eu quis e fiz tudo que devia ser feito. Eu não quis, mas ele se foi.
Eu nunca esperava, eu disse. Nunca espere, ele aconselhou. Assim é melhor.
Disse que volta. Disse que vai sim querer voltar. Eu nunca acredito. Passei a achar melhor que eu não acredite, além de não esperar.
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