caio - procedimento de rotina

a partir da leitura de Caio Fernando Abreu, passei a olhar para a minha própria condição homossexual e a procurar nela uma consciência e uma poesia. Esse blog mostra todo esse processo de buscas e pesquisas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

curiosidade

O amor arranca as máscaras sem as quais temíamos não poder viver e atrás das quais sabemos que somos incapazes de o fazer.
James Baldwin

terça-feira, 15 de março de 2011

em que sentido a biologia ou o aprendizado social delimita cada paixão?


O que FAZ dO HOMEM um HOMEM? instigação do Flavio Rabelo


oi amigo, já que você gosta e eu adoro, vou fazer um milhão de elocubrações a respeito do tema, não procure qualquer lógica, esse é o primeiro passo. Talvez o mais difícil. Quando se tem uma pergunta, não necessariamente se prescinda de uma resposta, né? Isso me faz Homem? Dar o cu me faz homem? me faz vivo, me faz amor, me faz. Então me interessa mesmo o que me faz homem? Esqueci de perguntar pro meu pai, ele deve ter uma resposta pronta nalguma gaveta perdida. Eu me fiz homem? Me pergunto a cada dia se me fiz gente, se me fiz alguma coisa da qual me orgulharia. Mas pra que mesmo? orgulho-me de ser inquieto, de aceitar em mim, na medida do aceitável, o inaceitável. Seria isso o que me fez não Homem com H maiusculo mas humano, homo sapiens? Teve um
cartaz da plataforma trampolim
tempo ainda na pré-adolescência, (e isso precisa ser dito muito baixo) que eu ficava querendo ser homem de algum modo, imitando os passos dealguém que eu considerasse homem, tentando a todo custo parar de rebolar, que coisa feia pra um homem é rebolar. Tentando não me apaixonar pelos meus colegas de sala. Feliz ou infelizmente isso não deu certo. Resolvi fugir, procurar um lugar qualquer, um outro lugar. Não existia outro lugar. Todos os lugares eram onde eu estava, eram todos um susceder de eternos aqui. Precisava mudar algo em mim, então?. Mas eu também não mudava, no máximo podia mudar como pensava a meu próprio respeito. Mas essa operação era muito mais lenta e trabalhosa do que eu imaginava. Por sorte encontrei uma sombra. Ela não se perguntava nada. Eu pelo menos não ouvia. Mas ela podia não ouvir-me tampouco. Isso fez um sentido muito grande pra mim. Não havia luta, eu criava a guerra, mas não havia luta. Parei e me sentei ali mesmo. A merda é que o tempo passava, naquele tempo o tempo ainda passava, e o que era frescor das sombras se revelava ao sol escaldante e cegante que tudo passa. Foi ficando triste ir olhando pro mundo assim, foi ficando chato nunca ser, e viver querendo ser alguma coisa. Não podia simplesmente ser o que se é e pronto? Não, a meteorologia dizia que não. Que o tempo não pode esperar, e que o eu nunca é. Tudo é a partir do que percebe o eu, mas o que percebe nunca é, o que percebe percebe tudo como sendo: o homem sendo homem, o cachimbo, o sapato o tesão, mas pra si mesmo por mais que se apegue no que seja, nunca é.
e isso não tem fim.
fim

(a pergunta do Flavio Rabelo é parte de uma obra de performance que ele realiza na plataforma trampolim)

MOVIMENTO LGBT DE ALAGOAS COBRA A SECRETÁRIO DE DEFESA SOCIAL, O MESMO DESEMPENHO NOS MAIS DE 100 CASOS DE HOMOCÍDIOS IMPUNES NO ESTADO.

Nesta manhã do dia 10/03 Sexta-feira o movimento LGBT de Alagoas protocolo na Sec. de Defesa Social oficio congratulando o então secretário Dário Cesar, ao mesmo tempo em que cobra o mesmo tratamento que foi dado ao caso do arquiteto Flavius Lessa, aos mais de 80 Homocidios impunes no estado de Alagoas, Flavius artista renomado e conhecido no mundo inteiro por seus trabalhos foi assassinado por seu companheiro, na sexta para o sábado de carnaval.

No mesmo documento o movimento faz constar que infelizmente a triste realidade que vivemos é que continuamos ainda entre os 10 estados mais homofobicos do Brasil - Segundo relatório do Antropólogo Luiz Mott, fundador do Movimento LGBT da Bahia e responsável pelo trabalho a nível nacional.
Frederico Safadi e Flavius Lessa (Foto: Divulgação)
Aclamamos e parabenizamos o então secretário Dário Cesar pelo grande desempenho e agilidade nas investigações, mais esperamos que o mesmo tratamento seja dado aos mais de 100 casos impunes em nosso estado, alguns a mais de três década. ao mesmo tempo esperamos também contar com a participação dele nesta luta ardia contra a homofobia em nosso estado, vemos que em tão pouco tempo ele já começar a dar respaldo, coisa que ao longo de 4 anos a trás não se via nesta secretaria, que de uma certa forma o movimento LGBT era tolerado pela pasta , podemos dizer que sempre fomos recebido com indiferença pelo secretário anterior e muitas das vezes a justificativa que o mesmo utilizava para amenizar os desgaste causados pelos altíssimos indicie de homossexuais assassinados era a vulnerabilidade dos mesmos, esquece ele que qualquer ser humano hoje esta a mercer da violência e que infelizmente populações como os LGBT se encontram ao alvo desta mazela chamada homofobia, não somos nós que dizemos isto e sim os órgãos (Organização das Nações Unidas, UNESCO e UNAIDS), as mesmas já reconheceram isso através de Pesquisas, acreditamos que agora o então governador tenha acertado na escolha do novo secretário e que o movimento mais para frente não se lamente por essas convicções, lembramos outros casos mais bárbaros e sem solução ate hoje como os que citamos a baixo - Desabafou Nildo Correia Pres. do Grupo Gay de Alagoas/GGAL e responsavel pelo relatorio dos Homocídios em Alagoas.